sexta-feira, 30 de março de 2012

A Vassoura da Bruxa

Vassoura da Família Lupino

Muito se fala sobre a vassoura mágica, mas pouco se revela. Nossa intenção aqui não é limitar o assunto mas contribuir com ele.

Na ponta do cabo de dentro da piaçava há um prego banhado na quentura da garra do diabo assim como na outra ponta, onde vc sopra o poder no cabo e o prende com o prego. Vassouras em geral são o símbolo do voo sabático, o cavalo de jacó, símbolo dos cavalos e dos enteógenos de montaria para vôos, e representa o elemento ar, podendo varrer pra dentro ou para fora. Em alguns ritos específicos ela fica no leste onde abre e fecha a porta para o círculo, em outros ritos há que se pular a vassoura para poder voar posteriormente para o Entre-Mundos. A lenda das bruxas voadoras em suas vassouras se originou antes de cristo onde durante um rito para pedir boas colheitas era feito o seguinte: As senhoras mais velhas primeiro e depois as mais novas acompanhavam, no campo já arado e plantado, haviam de pular cada pedaço de terra plantada, montadas numa vassoura e as bruxas desejavam pular bem alto, pois quanto mais alto era o pulo, mais alto era o tamanho da planta que cresceria com a benção da vassoura montada. É um humilde utensílio doméstico na aparência, nem por isso a vassoura é menos signo e símbolo de poder sagrado. Une o fálico com o yônico. Nos templos e santuários antigos, a varredura é um serviço de culto, além de manter o auxílio na limpeza. Trata-se de eliminar do chão e do ar todos os elementos que do exterior vieram sujá-lo, e essa tarefa só pode ser designada para quem tem as mãos puras.

Vôo Lupino

Nas civilizações agrárias da África do Norte, a vassoura, que serve para varrer a área onde são batidos os cereais, é um dos símbolos do cultivo. Nessa cultura, durante os primeiros dias de luto, a casa não deve ser varrida, a fim de que a abundância não seja expulsa ou a fim de não ofender a alma do morto. Na Bretanha, igualmente, não se pode ou não se deve varrer a casa a noite, pois isso afastaria dela a felicidade. Os movimentos da vassoura abençoam ou afastam as almas que vagueiam. Entre as Stregas, além de tudo que já foi falado acima, é muito comum colocar a vassoura atrás da porta de entrada/saída para mandar embora as visitas indesejáveis.

Com efeito, essas vassouras que fazem desaparecer a poeira, poderiam também machucar e pôr em fuga os hóspedes invisíveis, os gênios protetores do lar. A maneira como são feitas e a matéria de que se compõem também não são indiferentes. A árvore de eucalipto é uma das mais escolhidas por alcançar o céu, e dela pode fabricar tanto o cabo quanto a piaçava.  Na Argélia, as mulheres costumam colher na primavera um pouco de feixes de urzes em flor, que se tornarão vassouras de bom augúrio, que não afugentarão a prosperidade e não machucarão por descuido os hóspedes invisíveis. Mas se a vassoura inverte seu papel protetor, torna-se instrumento de malefício, e de acordo com a lenda, montadas em cabos de vassouras é que as feiticeiras de todos os países saem pelas chaminés e vão para o sabá. A vassoura é um símbolo fálico de forças que a vassoura deveria ter vencido, mas que dela se apoderam e pelas quais ela se deixa levar, ou trazer. Em maléfica, o cabo de blacktorn também pode ser usado para criar uma vassoura de maldição e banimento, mas geralmente esse tronco é usado para fabricação de bastões maléficos.

Sett Ben Qayin