terça-feira, 15 de outubro de 2013

DUAS MAÇÃS PARA CLIENTES DO INFERNO

Hoje eu estava brincando com a etimologia das palavras romã e maçã, e acabou nascendo uma “estorinha” bem legal, a qual venho compartilhar com vocês. Muita gente não sabe se Prosérpina comeu uma maçã ou uma romã. O mito diz que foi romã, mas será mesmo?

Da mesma forma, muita gente não sabe que o alecrim é uma planta cuja palavra veio do árabe Al-iklit que significa “orvalho do mar”, por isso foi chamado de ‘rosmarinho’, de ros + marinus. O louro do latim Laurus = coroa de loureiro (de louro) sendo atribuído vitória e triunfo à quem o usa na cabeça ou dentro do sapato; e a hortelã, de Hortelanus, significando horta ou pátio cercado, usado para cercar um jardim e consequentemente quem o usar se cercará de proteção.

No livro Botânica Oculta, Paracelso nos fornece a teoria das assinaturas, que diz que o próprio formato e cor da planta, fruto, flor ou erva já contém o significado ao qual ela se destina. O intuito dessa “estorinha”, além de brincar com as palavras, também vem fornecer uma outra maneira de ver a teoria das assinaturas através da etimologia, da mesma maneira que buscamos conhecer um nome através de algum estudo pela hermeneutica, gematria ou numerologia e seus significados, a etimologia traz muito conteúdo e simbolismo que são uteis em qualquer empreendimento a ser direcionado, seja mágico ou não. Pois bem, pegue sua Mala e vamos lá procurar Prosérpina pra perguntar à ela!

DUAS MAÇÃS PARA CLIENTES DO INFERNO



Tudo começou quando alguém resolveu olhar ao seu redor e isso gerou o cliente, pois cliente significa aquele que olha ao seu redor, ele veio do útero latino de Cliens, que era a seguidora, aquela que depende da proteção de outro. Ela descende de Cluere, que ouvia, obedecia e seguia, mas dizem que Cluere veio de Clinare, inclinar, dobrar”, que teve seu antepassado Indo-Europeu Klei, recostar-se, o qual deu início a uma metáfora em que uma pessoa se recosta em outra para receber proteção, mas na verdade Klei foi esposo de Clinare, pois as palavras se casaram para poderem receber a proteção e geraram os quatro guardas antigos, também dessa família Indo-Europeia, eram tidos Qwettuor, que em latim foram chamados Quattuor. 

Seus primos, os quadrúmanos, tinham quatro mãos, que formavam quatro lados iguais quando estendiam suas mãos para ajudar alguém. Eles deram origem ao quadro, ao quadrado e as quadras da cidade chamadas quarteirões. Os quadros casaram com o descendente de pingere, que pintava, ancestral da família Pik, que cortava. Dessa união nasceu Pigmento.

As criações eram as únicas magias existentes naquele tempo, e se reproduziram por igual através das técnicas das médicas Replicatio, Imitatio e a Reproductio, que tinham como ofício o ato de replicar, imitar e dar forma novamente. Essa última era filha de Re com Producere, pois Re, outra vez produzia e Producere tornava realidade.

Quando todas as criações estivessem prontas, haveriam de fazer uma exposição de arte chamada vernissage, pois os pintores teriam de passar uma última camada protetora de verniz sobre as telas, então partiram para uma cidade na Líbia chamada Berenike, a atual Bengazi. Lá encontraram berenike, o verniz e sculpere, a escultura. Juntos deram origem a Statua, uma imagem linda e com figura em relevo. Dessa última surgiu Statuere que colocava tudo em pé em algum lugar e ela se casou com Status e passaram trabalhar juntos. Unidos estabeleciam as leis dos estatutos. Statutum, filho deles, cuidava das leis e decretos, enquanto seu pai Status cuidava das posições e das situações, pois leis eram necessárias para guardar as obras primas, as atividades artesanais como marcenaria, carpintaria, joalheria e outras que formavam guildas com os seus profissionais. As Guildas eram germânicas descendentes do arcaico Gelth, que cuidava ou protegia o pagamento, seu real significado.

Essas guildas eram sociedades de apoio mútuo, que pagavam os enterros dos sócios, providenciavam orações para os mortos, ajudavam as suas famílias, pagavam multas em caso de crimes justificados e muitas outras coisas.
Quando um aprendiz queria passar à categoria de “mestre”, com direito a cobrar mais e ter alunos, ele se submetia a uma prova. Devia fazer sem qualquer auxílio uma das obras de seu ofício; ela era então avaliada por uma junta de profissionais e, se estivesse bem feita, o autor era promovido.

Eles chamavam isso de “a obra-prima”, a “primeira obra” em excelentes condições daquela pessoa.

Os ingleses ao prestarem atenção nisso, criaram uma nomenclatura cuja expressão é masterwork, “obra de mestre”.  Ou seja, a obra que caracteriza o mestre. Nesse caso, o professor ficava elogiado ao ver seu aluno se tornando mestre, pois significava que o professor tinha sido antes, o mestre. Assim o mestre antigo, como cliente que era, considerou os quatro cantos e traçou um círculo ao redor, para que suas aulas e exposições fossem feitos num só local. O Círculo foi reproduzido do Latim Circulus, que era inicialmente um “pequeno circo”, filho de Circus, um local grego para demonstrações ou espetáculos”, chamado na Grécia de Kyklos, era curvado, redondo, já que as pessoas se dispunham desse modo ao redor da atração para acompanhar o que estava acontecendo.

O Redondo era o apelido de um gordinho latino que se chamava Rotundus, pois sua forma era circular e redonda, e essa forma veio da Rota, sua mãe, a Deusa do Destino que se autodenominava dona Roda, por ter sentido de total, cheia, completa, e se fechava numa área delimitada, mas havia quem pensava que ela estava redondamente enganada, ou seja, completamente errada.

Então, Rota para provar que estava certa, chamou a Grega Sphaira, misteriosa professora de origem desconhecida e que deixara uma única filha no mundo, Esphaera, que era como um globo, uma bola, ela dava o espaço curvo ao redor da Terra. Esphaera dizia que seu pai se chamava Globus, e era a massa arredondada, cuja avó era Gleba, um amontoado de terra, ou deveria dizer um torrão? Ou ainda uma porção? Bem, não importa porque todas elas dizem a mesma coisa.

Acontece que todos naquele tempo nasciam em Gleba, a área de terra e local de nascença, era um terreno para cultivo. Nesse local não se podia fazer outra ocupação sob o risco de contaminar tudo, e então demarcaram as áreas “sagradas”, puras, imaculadas, com efeito de separar do resto mundano. E foi nessa mesma ocasição e lugar que nasceu o casal de irmãos briguentos a Margem e o Limbo.

Limbo nasceu todo embarrado, cheio de barro, e logo de cara queria ter mais importância que sua irmã marginal. Limbo queria se igualar a Margem, por significarem a mesma coisa na beirada.

Na Idade Média, alguns teólogos chamaram Limbus Patrum, os santos nascidos antes de Cristo, enquanto outros chamaram Limbus infantum, as crianças mortas antes do batismo, e esses teólogos foram tidos como hereges e bruxos, justamente porque eram clientes do inferno, e pra lá foram enviados, ao latino Infernus, que foi gerado por Inferus, o que está abaixo, e Infra, menor que a gleba, o chão debaixo ou de dentro.

Eles não achavam justo uma pessoa ser condenada ao inferno por não ter sido batizada, no caso de não haver possibilidade de isto acontecer. Por isso arranjaram um lugar onde não havia diabos espetando o traseiro de ninguém mas onde também não dava para estar perto da Chefe Rota nem bater papo com ela. Quase todas as religiões antigas imaginavam seus mortos seguindo suas atividades embaixo do chão, pois era lá que eles eram colocados, mas havia uma exceção, os Farsis, em certa região da Índia, que colocam os cadáveres sobre torres para que os abutres tivessem seu jantar, já que achavam inadequado colocar um corpo para se desagregar na Terra, os abutres (urubus) são para eles, a insígnia de seus ancestrais.

O Céu Indo-Europeu, nessa época tinha seu significado Brilhante, e alguns hindus tinham o costume de mandar pra lá os seus mortos, para o mundo Brilhante, desde que não há nada melhor que comer um cadaver e voar nos céus, mas São Bernardo em 1130 interveio dizendo que todos em meio-termo, no Limbo, deveriam passar por um local de limpeza para se purificar, se purgar a fim de ficarem limpos e puros. 

Então ele colocou Purgatório ao lado do Limbo, e isso fez com que as pessoas pudessem usar o livre arbítrio para suas escolhas. A Margem ficou apenas olhando. Mas o avéstico Pairidaeza apareceu e disse que ele era o único e verdadeiro jardim cercado o qual os gregos chamavam de Paradeisos, o jardim do Eden. O Paraíso original era filho de Pairi, ao redor, que os gregos chamavam Peri, pai de Perímetro. Pairi se uniu com Daeza, a que fazia muros, e da união entre Pairi e Daeza nasceu Paraíso, uma periferia circular e murada. Dai veio o costume de se circundar com pedras alguns túmulos antigos, era um portal o paraíso que enviava os mortos ao mundo do Brilhante, mas como esse portal ficava debaixo da terra, o inferno se tornou a morada dos mortos que vão para o mundo do Brilhante.

Os cristãos diziam que ali era um lugar de grande sofrimento, porque você nunca saberia se ia para o limbo, para o purgatório, ou para o mundo do Brilhante. E o infernum passou a designar “as profundezas” ou “o mundo inferior”.

Como todo mundo queria ir para o mundo superior e não ao inferior, o Infernum começou a travar sua primeira crise interna de existencialismo, pois o desprezo e os preconceitos contra ele eram massificadores. Assim Infernum foi para o divã dos Teólogos, pois não existia psicólogos naquela época.

Naquele tempo, se você entendesse Theos, poderia entender tudo e clinicar a favor ou contra algumas observações e assim os teólogos exerciam mais de um papel em sociedade. Dentre a grande maioria dos teólogos que observaram contraditoriamente o desprezo e preconceito de Infernum, um deles resolveu perguntar ao coitado que estava no divã: “Você teria motivos para estar em crise, caso aquele personagem bíblico que, por estar em sofrimento no mundo real resolveu se esconder no Inferno para aliviar a sua dor, não tivesse ido para lá?”

Infernum removia sua dor de estomago, enquanto pensava e quase vomitou Yehoshua, que também foi chamado Yeshua, y'shua, Y'shu, E’shu, YodShinVayAyin, Ihsous, Iesous, Eeay-soos, Dzoos, Yahweh-Zeus, Iesus e finalmente Jesus.

Assim, o teólogo continuou: Você Inferno, não poderia ser um lugar desagradável, desde que um personagem bíblico que estava em sofrimento no mundo real, almejou “esconder-se no inferno”, para aliviar sua dor. Você, Infernum, é conhecido por muitos nomes e conotações, tais como: Seol para os Hebreus; Hades e Geena para os Gregos, sem distinção; e para os Portugueses Europeus, assim como todos os povos de língua que seguem o latim, eles não fazem distinção do original hebraico ou grego. Os próprios escritores da bíblia latina, usaram o termo Infernus - ‘lugares baixos’ – para representar o termo hebraico Seol e os termos gregos Hades e Geena. Mas eu te digo, o Dicionário Expositivo de Palavras do Velho e do Novo Testamento diz que Hades corresponde a Sheol no Antigo Testamento. Na Versão Autorizada do A.T. e do N. T., foi vertido de modo infeliz por Inferno. Na Enciclopédia da Collier diz a respeito de Inferno: “Primeiro representa o hebraico Seol do Antigo Testamento, e o grego Hades, da Septuaginta e do Novo Testamento. 

Visto que Seol, nos tempos do Antigo Testamento, se referia simplesmente à habitação dos mortos e não sugeria distinções morais, a palavra ‘inferno’, conforme entendida atualmente, não é uma tradução feliz.”
Outro teólogo chegou para a clínica e disse que o Terceiro Novo Dicionário Internacional de Webster diz: Devido ao entendimento atual da palavra inferno (Latim Infernus) é que ela constitui uma maneira tão infeliz de verter estas palavras bíblicas originais. A palavra inferno não transmitia assim, originalmente, nenhuma idéia de calor ou de tormento, mas simplesmente de um lugar coberto ou oculto (de . . . helan, esconder), pois para se descansar haveria que se esconder de todos, enquanto que a Enciclopédia Americana diz: Muita confusão e muitos mal-entendidos foram causados pelo fato de os primitivos tradutores da Bíblia terem traduzido persistentemente o hebraico Seol e o grego Hades e Geena pela palavra inferno. A simples transliteração destas palavras por parte dos tradutores das edições revistas da Bíblia não bastou para eliminar apreciavelmente esta confusão e equívoco.

Então, enquanto Infernum assistia e ouvia a conversa entre os dois teólogos, pegou uma maçã e entre uma mordida e outra, disse: “O que importa é que eu sou o dono das maçãs, elas deveriam se chamar “As Maçãs de Infernum”, não maçãs de Mácio! Vejam: Assim como a vida faz vocês sairem de mim pela porta da maçã, há uma dentre as maçãs que os devolvem para meu interior, sendo assim, eu O Infernum, sou um grande Útero que dá e recebe, não sou sofrimento, sou um lugar de transição. O ponto no meio do círculo fica em cima de mim, eu estou mais abaixo, nas profundezas do mistério de abal.

Diabal ou De Abal? Pergunta um teólogo.

Não! Eu disse de abal, diz Infernum.

O outro teólogo dizia que no judaísmo, o termo Gehinom (ou Gehena) designa a situação de purificação necessária à alma para que possa entrar no Paraíso - denominado por Gan Eden. Se Paraíso é o Círculo murado, o Gan Eden é o ponto no meio da encruzilhada. Nesse sentido, o inferno na religião e mitologia judaica não é eterno, mas uma condição finita, após a qual a alma está purificada ela vai para o Norte (do Eden?). Outro termo designativo do mundo dos mortos é Sheol, que apresenta essa característica de desolação, silêncio e purificação. A palavra vem de Ceeol, que mais tarde dá origem ao termo sheol, não confundindo com "Geena" que era o nome dado a uma ravina profunda ao sul de Jerusalém, onde sacrifícios humanos eram realizados na época de doutrinas anteriores. Mais tarde, tornou-se uma espécie de lixão da cidade de Jerusalém, frequentemente em chamas devido ao material orgânico. O uso do termo Sheol indica lugar de inconsciência e inexistência, conforme o contexto nos mostra e não um lugar de punição e sofrimento.

As bruxas conhecem toda a história do meu povo, mas elas não contam essa história para qualquer um, disse Infernum.

E como poderiam as bruxas conhecer toda a história do seu povo? Perguntou um dos teólogos.

Desde que elas são portadoras dos mistérios de Abal, elas nasceram assim, disse Infernum.

O outro teólogo atropela a conversa e diz: Abal é uma palavra celta que significa maçã. Uma lenda britânica diz que as mulheres nascem em Abalon, a terra das maçãs que mais tarde foi chamada Avalon, uma ilha lendária da lenda arturiana, famosa por suas belas maçãs. Avalon aparece pela primeira vez em Historia Regum Britanniae ("A História dos Reis da Bretanha") de Geoffrey of Monmouth como o lugar onde a espada phálica do Rei Arthur, Excalibur, foi forjada e posteriormente para onde Arthur é levado para se recuperar dos ferimentos após a Batalha de Camlann. Como uma "Ilha dos Bem-aventurados" Avalon tem paralelo em outros lugares na mitologia indo-europeia, em particular a Tír na nÓg irlandesa e a Hespérides grega, também conhecidas por suas maçãs. Avalon foi associada há muito tempo com seres infernais e imortais, como Morgana Le Fay, a bruxa que passeou na Sicilia italiana. O vocábulo "Bruxa" vem dos vocábulos proto-celtas: brixtā (feitiço), brixto- (fórmula mágica), brixtu- (magia); depois passou para o Gaulês: brixtom, brixtia do qual deriva o nome da deusa Gaulesa Bricta ou Brixta, a mesma Mama Brigida que tempos depois fundou o Vodu para uns povos ai.

Naquele momento entra na sala mais um teólogo que tinha ouvido tudo pela janela. Batendo palmas ele diz: isso mesmo, pena que em torno de 1190 Avalon tornou-se associado com Glastonbury, quando os monges da Abadia de Glastonbury alegaram ter descoberto os ossos de Artur e sua rainha. Mas é no trabalho de Giraldus Cambrensis que encontra-se a primeira conexão:

“O que agora é conhecido como Glastonbury foi, em tempos antigos, chamado de Ilha de Avalon. É praticamente uma ilha, pois é completamente cercada por pântanos. Em galês, é chamada de "Ynys Afallach", o que significa Ilha das Maçãs uma vez que esta fruta cresceu em grande abundância. Após a batalha de Camlann, uma nobre chamada Morgana, mais tarde, a governante e padroeira da região e com uma estreita relação de sangue com o Rei Arthur, o levou para a ilha, agora conhecida como Glastonbury, a fim de que seus ferimentos pudessem ser cuidados. Anos atrás, a região também tinha sido chamada de "Ynys Gutrin" em galês, que significa a Ilha de Vidro, e destas palavras, os saxões invasores depois inventaram o nome do local "Glastingebury”.

Seria unanime, senão fosse pela História de Maceda, que também significa terra das maçãs. O orago de Maceda é São Pedro, bem sabemos. Patrono, orago ou padroeiro é um santo ou anjo a quem é dedicada uma localidade, povoado ou templo. A palavra orago é derivada de oráculo. Nas simbologias associadas as freguesias portuguesas, os oragos são frequentemente mencionados. Por um lado, tem o significado religioso de estender a "proteção" do santo para lá do templo, a toda a freguesia. Interessante notar que cliente é aquele que olha ao seu redor para pedir proteção, e fregues é aquele que recebe a proteção. Hoje em dia, essas duas palavras tomaram sinonimos de comércio, onde um come no local e o outro leva pra comer em casa.

O que seria de nós sem a arte de Hermes, a Hermenêutica, né verdade?
Na Cornualha, o nome Avalon - que em galês refere-se à maçã - é relacionado com a festa das maçãs, celebrada durante o equinócio  de outono. Por alguns acreditarem que Avalon é Glastonbury, onde tanto Arthur quanto Guinevere teriam sido enterrados, a abadia de Glastonbury passou a ser o lugar de conservação do Graal. A primeira referência literária ao Graal é "O Conto do Graal", do francês Chrétien de Troyes, em 1190. Mas os cristãos de Tróia não sabiam que a maçã vinha de uma árvore originária da Ásia Ocidental, onde o seu ancestral selvagem se chamava Malus sieversii. Ela ainda é encontrada lá atualmente.

A América do Norte recebeu as maçãs pelos colonizadores europeus. As maçãs têm estado presentes na mitologia e religiões de muitas culturas, incluindo as tradições nórdica, grega e cristã, mas a Malus sieversii é uma maçã selvagem nativa das montanhas da Ásia Central no sul do Cazaquistão, leste do Uzbequistão, Quirguistão, Tajiquistão, Norte do Afeganistão e Xinjiang, China. It has recently been shown to be the sole ancestor of most cultivars of the domesticated apple ( Malus domestica ).Foi recentemente demonstrado que é o único antepassado da maioria dos cultivares da domesticada maçã.It was first described (as Pyrus sieversii ) in 1833 by Carl Friedrich von Ledebour , a German naturalist who saw them growing in the Altai Mountains .
A maçã foi descrita pela primeira vez (como Pyrus sieversii) em 1833 por Carl Friedrich von Ledebour, um naturalista alemão que viu crescer nas Montanhas Altai,It is a deciduous tree growing to 5 to 12 metres (16 to 39 ft) , very similar in appearance to the domestic apple. uma decídua árvore que crescia de 5 a 12 metros (16 a 39 pés), muito semelhante em aparência à maçã nacional. Its fruit is the largest of any species of Malus , up to 7 cm diameter, equal in size to many modern apple cultivars . A sua fruta é a maior de todas as espécies de Malus, até 7 cm de diâmetro, igual em tamanho a muitos modernos cultivares de macieira, porém, ao Unlike domesticated varieties its leaves go red in autumn: 62.2% of the trees in the wild do this compared to only 2.8% of the 2,170 English cultivated varieties. [ 2 ] The species is now considered vulnerable to extinction .contrário das variedades domesticadas suas folhas são vermelhas no outono.  

Uma única espécie ainda está crescendo no vale Ili, nas encostas do norte do Tien Shan entre montanhas que fazem fronteira no noroeste da China e Cazaquistão, e é a progenitora das maçãs que comemos hoje.

Almaty , the largest city in Kazakhstan , and formerly its capital, derives its name from the Kazakh word for 'apple' (алма), and is often translated as "full of apples" (the region surrounding Almaty is home to forests of Malus sieversii ); alma is also 'apple' in other Turkic languages , as well as in Hungarian .Almaty, a maior cidade do Cazaquistão, e anteriormente a sua capital, deriva seu nome do cazaque palavra para 'maçã' (алма), e é muitas vezes traduzido como "cheio de maçãs" (a região circundante Almaty é o lar de florestas de Malus sieversii). O mais interessante é notar que o termo alma também é 'maçã' em outras línguas turcas, bem como em Húngaro. The Soviet-era name, Alma-Ata , is Kazakh for "Father of Apples."O nome Alma-Ata é cazaque para "Pai das maçãs". De malum passou para mala, que designava toda uma variedade de frutos que continha polpa carnosa, tal como a tangerina.

A tangerina originalmente era uma maçã que recebeu seu nome no porto de Tânger, cidade de Marrocos perto do Estreito de Gibraltar (as colunas de Hércules), que era um local de exportação da fruta para a Europa. Essa mesma fruta foi chamada no sul do Brasil de bergamota. Esse nome vem do Turco mustafa beg armudi, “a pera do Príncipe”, mas a tangerina também já foi uma Malus, sendo que Malus ou Mala mattiana, “maçã de Mattium”. A palavra mala ou malum se aplicava a frutos de polpa carnosa em geral, e o mal se instalou na maçã, que virou símbolo infernal com o pecado de Eva a fim de inferiorizar politicamente as mulheres para que as poderosas e femininas maçãs de avalon perdessem sua boa reputação.

O fato é que a maçã e a romã são frutos de entrada e saída do Infernum. Os romanos gostavam de uma fruta que continha muitos pequenos grãos cor de rubi com uma incômoda sementinha dentro, que nós hoje chamamos de romã. Ela era chamada mala granata, “fruto de grãos”, ou mala romana, “fruto romano”. O interessante é que, na Espanha, o que resultou hoje é a granada, de granata, e em Portugal, a romã, de romana.
Mas a grega Perséfone (Prosérpina para os romanos), comeu a maçã ou a romã afinal de contas?

Vamos olhar no ovo da mala. Ovo significa índice, de inícios, ou indício. A mala que acompanha o ovo no provérbio “ab ovo usque ad mala” tem a seguinte biografia. No latim clássico Mala era o nome comum de todos os frutos carnudos dotados ou não de caroços. Na Eneida, poema da lendária Roma dos tempos primitivos, Virgílio (70-19 a.C), uma das maiores expressões da literatura latina, usou o termo mala para designar as faces, as maçãs do rosto humano. Será que o Rei Artur era um Nariz de serpente entre as maçãs?

Entra em cena a dona Etimologia, para ter com os teólogos.
Por fim, quando ela entra, já sabendo do impasse vai logo começando a dizer: Malar vem do Latim malum, “maçã. "Maçã" originou-se do termo latino MALA MATIANA, que significa "maçãs de Mácio".
Mas quem é esse Macio ou Mattio? Pergunta o outro teólogo.

Calma, diz a dona, também apresenta propriedades medicinais essa tal maçã, e produz efeitos benéficos sobre o coração, tanto pelo elevado teor de potássio, quanto pela presença de pectina, que evita a deposição de gorduras na parede arterial, prevenindo a arteriosclerose. Por tudo isto, melhora a circulação sanguínea, reduzindo, consequentemente, o trabalho cardíaco e prolongando a vida útil do coração, tirando o Inferno de vista.

Não adianta me tirar de lado, vai logo dizendo quem ou o que é esse Macio?! Diz o senhor das ricas terras infernais, bastante curioso.

Sabe, a famosa expressão ‘Ab ovo usque ad mala’?, pois bem, significa ‘desde o ovo até as maçãs’, isto é, ‘do começo ao final do jantar’, ou ‘do começo ao fim’. A romã é a entrada e a maçã é a saída. O adjetivo latino "matiana" significa amigo de César! As maçãs, para os romanos foram dadas à César por seu melhor amigo e passou a ser chamada de fruto do amigo de César, é isso que significa Mala Matiana, ou maçãs de Mácio.
Frutos carnosos como a maçã, a pêra e o marmelo também foram chamados de malus pomum. Em Frances chamou-se pomme e em português, pomo. Mas maçã significa “fruto”. O que pomo e fruto tem a ver?
Talvez Virgílio nos contasse o nome do amigo de César!

Ainda nos tempos de Virgílio, o botânico Caius Matius Calvena, através de enxertia, conseguiu a produção de maçãs mais precoces e resistentes. Essas frutas foram denominadas de mala matiana (fruta do Mácio) em homenagem a seu criador. Do nome próprio do botânico ‘Mácio’ nasceu o substantivo comum maçã, mas mala matiana vem a ser o fruto da macieira.

No mito grego, as comemorações celestiais de um matrimônio eram precedidas pela preferida de todos, a Deusa Éris.

Ela se tornava uma maçã e causava inveja e disputa entre as demais deidades. Desse desentendimento nasceu também a guerra de Tróia. De lá pra cá, aquilo que causa acirrado litígio é denominado de pomo da discórdia.
Uma plantação de macieiras, pereiras ou marmeleiros, frutas que produziam o pomum (pomo), originariamente era conhecida como pamarium (pomar).

Conta a lenda que Adão, ao experimentar no Paraíso o fruto da árvore do conhecimento, engasgara-se, ficando parado no meio de sua garganta, como prova contundente de sua culpa, um pedaço da maçã proibida, um pedaço de Eva entalado na goela de Adão para que os homens decidissem inferiorizar as mulheres. E bem ali, na parte frontal de seu pescoço, formara-se a saliência de seu pecado, a que se deu o nome de pomo-de-adão. Por castigo divino, todo ser humano do sexo masculino haveria de carregar consigo a marca da desobediência e de cupidez, mas deveríamos dizer, ao invés de marca da desobediência e de cupidez, marca da fraqueza masculina perante o poderio infernal das mulheres maçãs. Essa fraqueza de Adão foi usada para gerar infinitos dogmas que a Eclésia dominante empregou para controlar a humanidade até os dias mais recentes.

E assim, após ler tudo isso, chega o fim do reinado da Eclésia dominante, que devolve a coroa a contragosto às duas maçãs que são clientes do Infernum.

Sett Ben Qayin









segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Um estudo sobre a Planta Lupino





A domesticação da planta já tem uma história de mais de quatro mil anos. 

Os primeiros relatórios arqueológicos sobre os lupinos são direcionados para a XII dinastia de faraós egípcios (mais de 2000 anos aC).  Em suas tumbas, sementes de Lupinus digitatus, já domesticados, naqueles tempos, foram descobertas.  De acordo com Zhukovsky (1929), diversas válvulas com sete sementes dessa espécie também foram recuperados nos túmulos dessa dinastia que remonta ao século 22 AC.  O autor, diz que eles são a evidência mais antiga de lupino no Mediterrâneo. 

A Pérola de Lupino Andino (L. mutabilis doce) foi domesticada no continente americano pelos antigos habitantes do território do atual Peru.  As impressões de suas folhas e sementes guardadas em rocha no Museu Nacional de Lima atestam a origem antiga desta espécie.  De acordo com Майсурян, Атабекова (1974), esta rocha remonta à cultura pré-Inca que existiu no sexto século AC.  As formas de lupino cultivadas neste período eram um pouco diferentes das atuais.  Suas sementes foram maiores que as formas selvagens.  Isto pode servir como prova de que o lupino foi introduzido no cultivo de ambos os hemisférios bem mais cedo do que pensamos.




É possível dividir a história da domesticação do lupino nas seguintes fases:

 • Domesticação primária de lupino branco (albus) na Grécia antiga e no Egito (anterior ao ano 2000 aC), com o objetivo de produzir grãos que foram utilizados após a imersão como alimento para o homem e alimento para animais, e também utilizado em cosméticos e medicamentos.
 • A partir da utilização do lupino branco como adubo verde na Roma antiga e, posteriormente, em outros países do Mediterrâneo (cerca de 800-1000 aC). 

 • Domesticação primária de pérola de lupino andina no continente americano (600-700 aC).
 • A partir da domesticação de lupinos amarelos e estreitos com folhas para a produção de adubo verde nos países do Mediterrâneo e, posteriormente, na Alemanha.

O início da história do cultivo de lupino no Velho Mundo é frequentemente associado com os tempos da antiga civilização egípcia (Zhukovsky, 1929; Майсурян, Атабекова, 1974; Таранухо, 1980).  É, no entanto, mais provável afirma Kurlovich (1998) que, originalmente, o lupino branco tenha sido introduzido no cultivo na Grécia antiga, onde a sua maior biodiversidade foi concentrada e formas selvagens de crescimento foram preservadas até os dias atuais (ssp. Graecus).  

Na Península dos Balcãs, representantes de outras subespécies de lupino branco (ssp. TERMIS e ssp. Albus) virou selvagem e cresce desde então em ambientes naturais.  Além disso, a gênese grega cultivada de lupino é testemunhada pelo nome grego "TERMIS" de tremoço, que pode ser traduzido como "ardente".  Até agora, nos maiores países do mundo é embebido em água e suas sementes são cozidas e vendidas nos mercados e em bares como iguarias (como sementes de girassol).  A utilização de lupino branco foi provavelmente a mesma na Grécia antiga. 

A partir da rica diversidade de lupinos na Península Balcânica, os gregos antigos, obviamente, escolheram a forma branca de lupino selvagem com sementes grandes e flores brancas e leves.  Outras plantas cultivadas também foram selecionadas e domesticadas, basicamente, de acordo com as mesmas características.  

Em vista disso, foi possível considerar a Península Balcânica como o principal centro de origem (diversidade) de lupino branco.  O tremoço-lupino caseiro é mencionado por Hipócrates de Cós, um cientista grego (400-356 aC), que percebeu que as vagens de lupino eram menos prejudiciais do que os de Cicer arietinum.  Ele considerou lupino como um dos alimentos mais nutritivos.  A farinha feita de tremoço, em sua opinião (Bd. VIII, p. 369), faz com que o rosto fique bonito.  

As obras de Teofrasto (372-288 aC) já continha fragmentos de informações sobre o cultivo do lupino em solos arenosos (Zhukovsky, 1929).  Theophrastus também anotou que o hábito selvagem e crescente de lupino, não requer manutenção. É possível concluir a partir das descrições de Theophrastus que o tremoço cultivado na Grécia Antiga pertencia sp. L.  albus.  A descrição detalhada da morfologia da planta e métodos de cultivo demonstra que, mesmo naqueles tempos a cultura do lupino branco foi amplamente difundida na Grécia.  O Lupino branco dispersou-se aos poucos da Grécia para os países vizinhos, em particular, para o Egito e Roma antiga.  




As formas com sementes brancas e flores azuis e rosa ou light-rosa (L. TERMIS) espalhados principalmente para o sul (Egito, Líbia e Palestina), enquanto que as formas com sementes brancas e flores azul-acinzentado ou branco (L. albus) mudou-se para o oeste (península da região dos Apeninos).  Tremoço branco (Lupinos albus) ainda é cultivada na Grécia, onde o espécime selvagem ssp. Graecus também se espalha.  O principal objetivo do cultivo de tremoço no Egito, foi a produção de sementes utilizadas para a alimentação.  No entanto, não há informações sobre a utilização de tremoço no Egito Antigo para a alimentação de gado ou produção de adubo verde (Майсурян e Атабекова, 1974).  

Não foi revelado marcas de tremoço em monumentos históricos em qualquer lugar no Egito, em vista disso, há razões para supor que lupino começou a ser cultivado no Egito não antes de 330 aC. Onde os Egípcios receberam essa cultura dos gregos na condição já caseiro (Gladstones, 1974).  

A ampla e completa visão da cultura desenvolvida de lupino na Roma Antiga é apresentado no trabalho de Zhukovsky (1929), onde os materiais de muitos escritores antigos foram generalizados.  Por exemplo, Plínio (23-79 aC) escreveu sobre lupino (Book. XVIII, 133):

 "... Ele é usado tanto pelo homem quanto por ungulados.  É necessário limpá-lo depois da chuva.  Neste caso, os seus grãos não caiam para fora e não são perdidos no momento da colheita.  
É uma planta tão maravilhosamente agradável com o solo.  Em primeiro lugar, durante o dia ele gira junto com o sol e mostra o tempo para o agricultor, mesmo sob um céu nublado.  É a única planta semeada sem arar.  Lupino ama locais com areia de pedra, seco e uniforme. Ele não necessita de qualquer manutenção.  Campos e vinhas são melhorados pela cultura de Lupino.  Ele não necessita de estrume, sendo em si mesmo o melhor fertilizante. É a única planta que não necessita de quaisquer despesas ou de trabalho.  É o primeiro a ser semeada e o último a ser colhido, aproximadamente, em Setembro.  Um Modey (unidade de peso ou volume) de lupino por dia faz com que um boi fique gordo e forte. ".  



O famoso Marcus Terêncio Varro (116 aC - 27 aC) relatou: "tremoço (lupino) é lavrado em vez de adubo no solo magro, enquanto ele ainda não produziu vagens e caules às vezes com feijão" .
Galeno (129-199 dC) escreveu sobre inúmeras aplicações de lupino, principalmente sobre a lixiviação de suas sementes em água doce, a fim de utilizá-los para se alimentar. Dioscorides Pedanius (20 – 70 dC) no seu 20º livro recomenda lupino como um remédio contra abscessos e também para marcas de nascença e sarna de ovelhas. Ele avisou para adoçar as sementes lixiviadas, passá-las no moinho para fabricação de farinha, e adicionar algumas gotas de vinagre para aguçar o apetite. 




Columella (fl. primeiro século dC) recomendou colocar o lupino acima dos outros legumes. Ele também recomendou lupino como o melhor adubo "para os vinhedos e campos esgotados, para os solos esgotados".  Assim, é possível deduzir que o valor de lupino como adubo verde e, em geral, a sua grande facilidade de utilização na agricultura, foi reconhecido pela primeira vez na Roma clássica, quando a nova segunda fase de cultivo de lupinos começou. Os romanos, assim como os gregos, tinham plena consciência do valor médico e farmacêutico de Lupino. Algumas sementes, e até mesmo plantas inteiras, pós-decocção, foram filtradas e o que restou depois da imersão de sementes foram usados como drogas. Plínio mencionou dezesseis formas de aplicação de lupino na medicina. Também foi usado para proteger os meios de árvores de fruto contra doenças.  

Da Grécia, e, posteriormente, do Egito e Roma Antiga, lupino foi espalhado por todas as regiões do Mediterrâneo. Na literatura existem migalhas de informações sobre a cultura bem desenvolvida de lupino na antiga e medieval Itália, França, Espanha, Portugal, Argélia, Tunísia, Sudão, Israel e Turquia, mas o pouco foi evidente (Gladstones, 1974; Maissurjan e Atabiekova, 1974; Swęcicki, 1988).

Concomitantemente com lupino branco, amarelo e estreito de folhas bem como outras espécies desta cultura, começou a ser cultivada como fontes de adubação verde e como plantas ornamentais, adquirindo a maioria das formas de alto rendimento e beleza entre as plantas selvagens. O lupino caseiro espalhou a partir da área do Mediterrâneo para outros países incluídos nas chamadas esferas de influência (Sinskaja, 1969).  Para essas esferas de influência era atribuída, em primeiro lugar, a Europa Central e do Norte, assim também na Ásia e na África. 




Em 1927, N. Vavilov recolheu lupino branco da margem do rio Nilo  e a área de Abissínia, é de onde provavelmente o tremoço teria vindo dessa região no Egito. Da Grécia e Turquia o lupino branco penetrou o norte e foi para o leste, e alcançou o oeste da Geórgia, onde a cultura do lupino branco sobreviveu até tempos recentes, depois de muitos séculos de cultivo sob o nome local de "hanchcoly", que em georgiano significa um feijão amargo (Либкинд , 1931; Майсурян e Атабекова, 1974; Kurlovich, 1996).

A história paralela de Lupinus mutabilis no planalto andino da América do Sul está documentado em um grau menor. Zhukovsky (1929), Hondelmann (1984), Gladstones (1998) citou evidências arqueológicas de seu cultivo no século 6 ou 7 aC, enquanto que no Nazca (AD 100-800) e civilizações posteriores, o L. mutabilis formou uma parte regular da rotação de culturas.  Brücher (1968) notificou que os índios tinham retirado o gosto amargo das sementes, lavando-as. Era impossível remover completamente os alcaloides, e os envenenamentos por vezes, ainda ocorria.




Lopez-Bellido e Fuentes (1986) comentaram o aumento das propriedades de fertilidade que vem do lupino e relataram o seu uso em rituais religiosos entre os andinos e seus festivais.  Bem conhecido também o papel curativo de seus alcaloides no tratamento de doenças cardíacas, reumatismo, malária e as infecções por parasitas internos, semelhantes às funções atribuídas ao lupino branco em Roma.

O aparecimento dos conquistadores espanhóis e portuguêses no século 16 deu início ao declínio gradual da nativa agricultura andina. A nova sociedade ignorava as propriedades de lupino, e seu cultivo ficou restrito à agricultura de subsistência marginal em alguns locais de altitudes muito elevadas. O interesse para cultivo de lupino foi revivido apenas na última década ou duas (Gladstones, 1998).

As poucas informações sobre lupino, num primeiro momento como uma planta medicinal, remontam à Idade Média, nos países como a Europa Central. No entanto, a literatura agronômica especial sobre lupino na Europa Central veio mais tarde.  A história agrícola de lupinos amargos no norte da Europa começou em 1781. O primeiro impulso veio do rei Frederico II (Frederico, o Grande) da Prússia, que, pessoalmente, importou sementes de lupino branco da Itália, a fim de usá-las para melhorar os solos pobres do norte da Alemanha (Maissurjan e Atabiekova, 1974; Hondelmann 1984 1996). Mas essa tentativa, bem como os posteriores esforços europeus para o norte com L. albus, a maior parte fracassou, porque os solos eram pobres demais para ele e os genótipos disponíveis tiveram curto período de crescimento no verão da região. 

A este respeito, surgiu uma ideia de usar lupinos mais precoces para seu amadurecimento: lupino amarelo (L.luteus) de folhagens estreitas (L.angustifolius). Anteriormente, essas espécies já haviam sido efetivamente usadas como adubo verde em Marrocos, Portugal e outros países mediterrânicos (Klinkowski, 1938).

Então, em 1841, um fazendeiro chamado Borchard fez crescer o jardim de lupinos amarelos, L.  luteus.  Ele foi muito bem sucedido, e apesar do contínuo apoio oficial de L. albus, o cultivo de L.  luteus e L.  angustifolius em 1860 tornou-se uma parte essencial da agricultura em todo os solos arenosos e ácidos do Báltico e planície costeira (Hondelmann 1984; Gladstones, 1998). Essas espécies apresentaram extremamente elevada eficácia como adubo verde, como testemunhado pela experiência do Dr. Albert Schltz de Lupitz (conhecido como Schutz-Lupitz).  

Em solos pobres de areia em sua propriedade, com a ajuda de lupino ele conseguiu em 10-12 anos para dobrar a produção de batatas e centeio, e passou evidentemente o trigo para os melhores locais. Os resultados são amplamente conhecidos.  Devido a ele, o lupino amarelo e de folhagens estreitas começaram a ser cultivados em larga escala em muitos países, com o objetivo de aumentar a fertilidade dos solos arenosos pobres (Maissurjan e Atabekova, 1974). 

Além disso, a experiência de Schutz-Lupitz serviu como um catalisador para a descoberta do fenômeno da capacidade de fixação de azoto do lupino, como um resultado de que a sua prática também teve explicação teórica. 

Após estas experiências (em meados do século 19), a próxima etapa no cultivo de várias espécies de lupino para adubação verde e outros fins foi iniciada. Um pouco mais tarde, no entanto, com o início da produção de adubo mineral, o interesse no cultivo de lupino para adubação verde na Alemanha caiu mais uma vez, porém, por outro lado, a necessidade de buscar formas de forragens com baixos alcaloides surgiram.

Em meados do século 19, lupino espalhou da Alemanha para a Polônia, onde havia abundância de solos arenosos leves que exigiam recuperação.  Foram cultivados naquela época os lupinos amarelos de gosto amargos e lupinos de folhas estreitas, que foram lavrados como adubo verde, e usado, apesar de seu gosto amargo, como uma alimentação de ovinos.  

Depois da expansão inicial da cultura do lupino, a sua diminuição temporária, especialmente na produção de sementes, ocorreu no final do século 19, provavelmente devido a envenenamento frequente de animais com seus alcaloides (Kubok, 1988). Durante a I Guerra Mundial, o cultivo de lupino começou a crescer continuamente, devido à necessidade de ampliar as áreas de produção de alimentos em solos leves, com redução simultânea da produção de fertilizante mineral. Naquela época, as atividades de criação de lupino foram iniciadas na Polônia.

A primeira criação de obras envolvendo lupinos de gosto amargo e folhas estreitas foram realizadas no final do século 19 por Sempołowski em Sobieszyn. Sypniewski, criou e cultivou uma série de amargos com folhas estreitas, como Puławski Wezesny e Puławski Wysoki, e continuou seus trabalhos depois de 1920 no Instituto de Puławy.  Ele foi um dos primeiros criadores, que começou os estudos genéticos sistemáticos sobre esta espécie (Kubok, 1988).




Na Rússia, a primeira menção sobre lupino como planta ornamental apareceu em 1811 no jornal gratuito da Sociedade Econômica. A utilização de tremoço para adubação verde veio para a Rússia da Polônia quando ele tinha sido dividido em três partes (1772, 1793, 1795) e parcialmente incorporado no império russo. As primeiras colheitas de tremoço-lupino para adubação verde foram relatadas a partir de 1903, na província de Chernigov.  Nos anos seguintes, foram organizados os centros de estudos de criação de lupinos: A Estação Experimental Novozybkov na província de Bryansk; A Estação Experimental Bieniakonsk em solos arenosos da zona de floresta-estepe na parte ocidental do Império Russo (que agora é um território da Polônia), facilitaram uma série de trabalhos na Bielorússia e na Ucrânia. Graças a suas atividades de pesquisa e cultivares lançados, a área sob lupino na parte europeia da União Soviética em 1935 chegou a 100 mil hectares (Майсурян e Атабекова, 1974).

Lupino sempre atraiu a atenção pela sua despretensiosíssima capacidade para crescer em solos ácidos arenosos, onde outros tipos de culturas seriam economicamente inconveniente, bem como pelo seu elevado teor e qualidade de proteínas e óleos.  O Prof. DN Pryanishnikov (Прянишников, 1931, 1962) chamou o lupino de uma planta surpreendente e comparou-o com o "barril de mel", em que, no entanto, há uma "colher de alcatrão" detestável. Ele se referia a presença de alcaloides nos tremoços, fazendo com que não só o gosto amargo se apresentasse, mas também a toxicidade para o homem e os animais. Em vista disso, o interesse de encontrar formas de lupino livres de alcaloides foi despertado várias vezes na história da cultura e agricultura (Roemer, 1919; Прянишников, 1920,1923).  

O Prof. E. Baur, que nos idos de 1920 foi diretor do Instituto Kaiser Wilhelm, em Berlim depois apoiou esta ideia. Ele citou uma serie de leis da homologicalidade de Vavilov na variação hereditária como o motivo para ligar o baixo teor de alcaloides com mutações, o que, por vezes, aconteceram na natureza ou foram induzidos sinteticamente. 

Um dos estudantes que, em 1927, ouviu as palestras de Baur era R. von Sengbusch. Depois de estudar as obras anteriores do Prof. Pryanishnikov e ouvir as palestras do Prof. Baur, ele aceitou o desafio de elaborar um método a ser utilizado na triagem da diversidade de tremoços. R. von Sengbusch trabalhou o método de definição rápida de alcaloides, analisou grande diversidade de plantas e encontrou entre elas as formas mais baixas de alcaloides (doce). Estas formas foram prontamente propagadas e utilizadas como material inicial para a criação dos primeiros cultivos forrageiros de lupino amarelo e de folhas estreitas. As sementes rapidamente foram multiplicadas.  Finalmente, antes da Segunda Guerra Mundial, a área sob lupinos forrageiros (doce) na Alemanha superou 100 mil hectares.

Mas os novos métodos secretos e os resultados de reprodução alemã tinha sido publicados em 1942 (Sengbusch, 1942).  O direito de exclusividade para a venda de sementes foi delegada a uma empresa alemã privada.  Nesse meio tempo, a exportação de sementes foi impedida pela depuração rigorosa check-up.  Assim, um método rápido de detecção de alcaloides, por meio de solução de Burhard foi desenvolvido no Instituto da Indústria Vegetal (VIR), sob a liderança do Prof. NN Ivanov.  Foi imediatamente publicado e pela primeira vez no mundo com o prefácio de NI Vavilov. Vavilov expressou que "... Nós não escondemos os resultados obtidos por nós, mas tornamo-las de conhecimento geral, a fim de darmos suporte aos interesses nesta descoberta científica entre os trabalhadores de nosso país, bem como aqueles no exterior. Neste trabalho o Instituto da Indústria publica os resultados de suas pesquisas, bem como uma instrução para a determinação de alcaloides lupinos "(Иванов et al., 1932).  Com a ajuda do novo método, a primeira a cultivar doce de lupino amarelo, foi Yubileiny, e também criou muitas formas de baixar os alcaloides de L. polyphyllus em 1932 em VIR.

A publicação acima mencionada por VIR, assim como a descoberta de cientistas alemães foi uma pedra angular do moderno trabalho de criação com forragem usando baixos alcaloides (doce) lupinos em todo o mundo.  Lupino obteve o estatuto de uma planta forrageira de colheita valiosa.




Agricultores da América do Sul produzem inúmeras espécies de lupino (L. albus, L. luteus, L. angustifohus).  No entanto, a maior atenção é dada ao local, Lupino Andino (L. mutabilis doce.), que é cultivada desde os tempos antigos (Gross, 1982). Muitas destas espécies têm níveis de alcaloides nas sementes, que são muito maiores do que os cultivos de tremoço doce australianos. Mas as formas de baixar alcaloides (doce) foram encontradas fora também nesta espécie antiga, que também recebeu o status de colheita de forragens e é amplamente cultivada na América Latina e na Europa. O trabalho de melhoramento genético, com o desenvolvimento de tecnologia de cultivo, o uso e a venda de Lupinos tem sido mais intensa no Chile, sob a gestão de Erik von Baer.

Em 1970 JS Gladstones crious Errequella-S, a primeira a cultivar L. cosentinii, o qual é caracterizado por baixos alcaloides, com floração precoce e suave na sombra. Agora, este feito é amplamente cultivado na área costeira da Austrália Ocidental. Além disso, as formas mais baixas em alcaloides em lupino com flores brancas foram identificados em L. atlanticus e L. pilosus, que estão incluídos em programas de reprodução em larga escala. Estas duas espécies têm grande potencial para cultivo em solos alcalinos de textura fina no sul da Austrália (Buirchell de 1994, Buirchell e Carenagem, 1998). O específico intercruzamento com a totalidade domesticada L. cosentinii foi usado para transferir genes soft-seediness em L. atlanticus. Cruzamentos entre L. atlanticus e L. digitatus produziram linhas de floração precoce. 

As vagens são mais resistentes na quebra, apesar de não ser detectado em cruzamentos principais da atlanticus L. e L. cosentinii, foram selecionadas em cruzamentos onde L. digitatus faz parte da combinação. L. atlanticus agora tem todos os genes da domesticação em certo número de linhas que serão combinadas nos cultivares totalmente domesticados. Mutantes de L. pilosus também foram selecionados com sementes suaves em baixos níveis de alcaloides. Maior desenvolvimento destas espécies pode fornecer alternativas de grãos em solos de textura fina e alcalino (Buirchell de 1994, Buirchell e Carenagem, 1998). Há também referências semelhantes sobre as tentativas de introduzir espécies como L. arboreus, nootcatensis L., L. succulentus em processo de cultivo (Шутов, 1982, 1984). 

Na 7ª Conferência Internacional de Lupino em Portugal, os cientistas poloneses W. Swęcicki, B.Wolko e K. Jach relataram a descoberta de uma nova espécie do Mediterrâneo Lupinus atlanticus Swiec. (Swęcicki et al., 1994). A presente fase do desenvolvimento da ciência em produção de lupino é caracterizado pelo crescente interesse no tremoço como uma alternativa para a soja na agricultura mundial, em conexão com a deficiência de proteína. Muitos países (Austrália, EUA, Alemanha, Polônia, França, Espanha, Portugal, Chile, Israel, África do Sul, Nova Zelândia, etc) estão desenvolvendo programas nacionais de melhoramento de diferentes espécies de lupino. Conferências internacionais sobre lupino são realizados regularmente, e a Associação Lupin Internacional (ILA) foi fundada pela ONU. 




Na Rússia, onde os recursos climáticos para o cultivo de soja são limitados, o lupino a longo prazo pode desempenhar o mesmo papel que tem a soja nos EUA, ou seja, ele pode se tornar uma fonte altamente eficaz de proteína, os meios para aumentar a fertilidade dos solos, uma ferramenta de proteção ambiental, matéria-prima para medicamentos, perfumaria, etc. 

Estudar a história da domesticação do lupino leva a uma série de generalizações que podem ser úteis para a obtenção de novas formas por meio de seleção consciente. Duas espécies de lupino (branco e andino) entrou na produção agrícola em duas partes completamente distintas do globo. Seus processos de domesticação ocorreram de forma independentemente por milhares de anos, mas eram, no entanto, bastante semelhante. Estes processos foram ambos ligados à agricultura primitiva, com pouco envolvimento de técnicas de reprodução. As outras duas espécies de culturas (lupino amarelo e de folhas estreitas) foram domesticados muito mais tarde e mais rápido, quando os agricultores aprenderam a realizar a criação num trabalha mais consciente. 

E, finalmente, espécies como Lupinus cosentinii, Lupinus atlanticus e outros estão agora sendo domesticados por métodos de criação científica moderna e da biotecnologia. As espécies domesticadas (exceto, talvez, L. mutabilis) têm seus parentes silvestres que crescem em ambientes naturais, e seu habitat na região do Mediterrâneo se sobrepõe significativamente as áreas de formas cultivadas. Estas circunstâncias tornam possível comparar as direções e propósitos de criação de lupino em diferentes momentos e com diferentes espécies. A finalidade básica de cultivo da maioria das espécies de lupino foi e é a produção de sementes utilizadas para a alimentação, mesmo nos tempos antigos, depois de serem cozidas e maceradas. 

As alterações que ocorreram no processo de domesticação dos lupinos estão ligadas, em primeiro lugar, com o tamanho e cor das sementes. Formas domesticadas têm, em regra, maiores sementes de cor branca. Por exemplo, na Península Balcânica, ainda continua a ser o antepassado selvagem (ssp. Graecus) de lupino branco. Suas plantas têm sementes marrom-escuras e pontilhadas, muito menores em tamanho do que as formas domesticadas de lupino branco. No hemisfério ocidental, do Canadá à Argentina, várias centenas de espécies de lupino são cultivadas, e todas elas são caracterizadas pelo pequeno tamanho da semente. Antigos peruanos obtiveram o cultivo das espécies de sementes grandes (L. mutabilis) de uma tal diversidade de formas (Zhukovsky, 1929; Либкинд, 1931). Agora não será uma tarefa fácil estabelecer um ancestral selvagem direto desta espécie. A ausência das formas de tamanho semelhante na vegetação selvagem da América, e de fácil transposição de L. mutabilis com muitas outras espécies silvestres de crescimento de lupino testemunham que ele tem uma origem híbrida (Майсурян e Атабекова, 1974). 




Por outro lado, de acordo com Blanko (1982), os ancestrais selvagens são utilizados e crescem dentro da área de cultivo tradicional de L. mutabilis. No entanto, suas folhas são menores e têm folhetos estreitos, as vagens são menores e deiscentes na maturidade, e as sementes também são muito menores, de cores pretas ou mármore, e à prova de água. A polinização cruzada é naturalmente muito comum entre as espécies cultivadas e silvestres (Pakendorf, 1970; Gladstones, 1998). No entanto, na prática de reprodução no continente americano também prosseguiu o tamanho das sementes e a sua cor branca. Coloração branca de sementes ocorre na espécie selvagem na América raramente, embora possa ser encontrada em muitos outros gêneros de plantas. No decurso da seleção, tais características têm aparecido como casca macia, facilitando a germinação rápida e amigável, e não deiscência de vagens. Houve mudanças anatômicas na estrutura das vagens que forneceram aos agricultores certa garantia de proteção contra destruição no processo de domesticação. Houve também alterações semelhantes na composição química das sementes. 

As mesmas formas domesticadas, além do elevado teor de proteína (até 40-50%), também adquiriu elevado teor de óleo (até 15-20%). Tal teor de proteína e de óleo não pode ser encontrado nas formas selvagens. Formas domesticadas, via de regra, apresentam um período de crescimento mais curto, e o seu tipo predominante de ramificação é sympodial. Finalmente, as formas de forragem de baixa alcalinidade foram obtidas em ambas as espécies, as do Mediterrâneo e as norte-americanas. 




Estes fatos atestam a semelhança de requisitos estabelecidos pelos agricultores em diferentes partes do globo. É possível encontrar os mesmos regulamentos com as mudanças que lupinos amarelos e de folhas estreitas sofreram, embora o processo de seleção nestas espécies avançou mais consciente e rapidamente. Os criadores também estavam se esforçando para selecionar formas com grandes sementes e de preferência o branco de sementes com casca macia, aumentando o teor de proteína, ramificação das vagens não deiscentes simpodiais e limitado, baixo teor de alcaloides e outros caracteres úteis para o homem. Hoje em dia o processo de domesticação de novas espécies (L. cosentinii, L. atlanticus) também está indo na direção acima especificada. No entanto, devido às conquistas da ciência moderna e com a ajuda de novos métodos de bioengenharia (biotecnologia), ele avança mais rápido. 

Em vista disso, é possível tomar como certo que a história da domesticação do lupino não está terminada, e que muitas novas espécies valiosas dentro do gênero Lupinus serão selecionadas para uso humano.

Referências:




Gladstones, JS 1974. Gladstones, JS 1974. Lupinus of the Mediterranean region and Africa. Lupinus da região do Mediterrâneo e África. Bull. Touro. West. Oeste. Austr. de Agr. 1974. N 26. N 26. 48 p. 48 p.

Gladstones, JS 1998. Distribution, Origin, Taxonomy, History and Importance. Distribuição, origem, Taxonomia, História e Importância. In: JS Gladstones et al. (eds.), Lupin as Crop Plants. In: JS Gladstones et al (eds.), Lupin como cultura de plantas.. Biology, Production and Utilization, 1-39. Biologia, produção e utilização, 1-39.

Zhukovsky, PM 1929. Zhukovsky, PM 1929. A contribution to the knowledge of genus Lupinus Tourn. Uma contribuição para o conhecimento do gênero Lupinus Tourn. Bull. Touro. Apll. APLL. Bot. Bot. Gen. Pl.-Breed., Leningrad-Moscow, XXI, I:16-294. Gen. Pl.-Breed., Leningrado-Moscou, XXI, I :16-294.

Zohary, D. and Hopf, M. (2000) Domestication of plants in the Old World , third edition. Zohary, D. e Hopf, M. (2000) A domesticação de plantas no mundo velho, terceira edição. Oxford: University Press. Oxford: University Press. 

Sett Ben Qayin